[KEEP IT YOURS]


   
"More than a virus, deep in my skin, grabbed to my guts, rushing through my veins
I'm a chronic electronic music follower
I'll keep it mine, and 
I will always belong to her."


[feeling neo something]
   

{random poetry #13}

  

   
[now does our world descend]

now does our world descend
the path to nothingness
(cruel now cancels kind;
friends turn to enemies)
therefore lament,my dream
and don a doer's doom

create is now contrive;
imagined,merely know
(freedom:what makes a slave)
therefore,my life,lie down
and more by most endure
all that you never were

hide,poor dishonoured mind
who thought yourself so wise;
and much could understand
concerning no and yes:
if they've become the same
it's time you unbecame

where climbing was and bright
is darkness and to fall
(now wrong's the only right
since brave are cowards all)
therefore despair,my heart
and die into the dirt

but from this endless end
of briefer each our bliss--
where seeing eyes go blind
(where lips forget to kiss)
where everything's nothing
--arise,my soul;and sing

   
    {e.e. cummings (1894 - 1962)}

  

[hard days]

   
hoje deitei-me ao lado da minha avó fintando o seu olhar. não sabe quem eu sou mas não me olha com estranheza. disse o quanto tinha sido boa para mim e como sentia falta das suas palavras amigas, que a amava e que era uma das mulheres mais extraordinárias que conheci. ela ouviu com atenção com o olhar vazio fixo nos meus... dei-lhe beijos e ela adormeceu.
depois fui tratar do meu avô, cansado e gasto pela idade e por todo o tipo de doenças possíveis dele e da sua amada.
ninguém está preparado para a velhice, nem quem a vive nem quem a vê viver.
e entre um misto de saudades e impotência, mais nada tenho a escrever....



"Tenho muito mais passado que futuro, já não tenho tempo para lidar com mediocridades, pelo que não quero estar em reuniões onde desfilam Egos inflamados"
[Mário de Andrade]

{o tempo e a cura}

   

 "O tempo não cura tudo. 
Aliás o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções."
[Martha Medeiros]


   
Sábios dizem "o tempo cura tudo"... Ai sim? Por acaso não podem ser mais específicos... tipo: numa hora? num dia? numa semana? num mês? num ano? numa vida? é que existem agendas e as pessoas normais têm que ter as coisas bem organizadas e planificadas para descobrir o sentido da vida e de facto viverem... isso de que o tempo cura tudo além de pouco preciso também é muito lato.. tudo o quê? e as doenças crónicas? quem as cura não é o tempo é a morte....

   

"Time heals griefs and quarrels, for we change and are no longer the same persons. 
Neither the offender nor the offended are any more themselves."
[Blaise Pascal]
    
 

[nada a dizer]

   
há dias azedos, que sabem a estranho e não conforme. dias que queremos esquecer e a seu tempo esquecemos. dias que em juntamos pedaços de histórias mal contadas, vidas desencaixadas, percursos dúbios e errantes. é em dias assim que perdidos nos pensamentos e alienados em tarefas que mais nada servem senão para ocupar tempo (como se o mesmo sobejasse...), que somos interrompidos: "temos de falar", disse uma voz tremula e ofegante, "chegas aqui por favor", com um tom de certeza e desgraçada.... para quê pensei... se já não há nada a dizer.

o silêncio já diz o suficiente.

{my blood running cold}

     
   
  
  "If I died tomorrow, I would be a happy girl."
   
  
     
{Wake Up Alone}

It's okay in the day, I'm staying busy
Tied up enough so I don't have to wonder where is he
Got so sick of crying, so just lately
When I catch myself I do a 180

I stay up, clean the house, at least I'm not drinking
Run around just so I don't have to think about thinking
That silent sense of content that everyone gets
Just disappears soon as the sun sets

This face in my dreams seizes my guts
He floods me with dread
Soaked in soul, he swims in my eyes by the bed
Pour myself over him, moon spilling in
And I wake up alone

If I was my heart I'd rather be restless
Second I stop the sleep catches up and I'm breathless
As this ache in my chest, as my day is done now
The dark covers me and I cannot run now

My blood running cold, I stand before him
It's all I can do to assure him
When he comes to me, I drip for him tonight
Drowned in me, we bathe under blue light

His face in my dreams seizes my guts
He floods me with dread
Soaked in soul, he swims in my eyes by the bed
Pour myself over him, moon spilling in
And I wake up alone

And I wake up alone
And I wake up alone
And I wake up alone


  
"I don't think your ability to fight has anything to do with how big you are. It's to do with how much anger is in you."

 
[Amy Jade Winehouse]
(14 de setembro de 1983 - 23 de julho de 2011)

miss you

  
{Back to black...}
 
     
nota: é fácil julgar artistas como a Amy e outros que cedo nos deixaram, com um enorme talento por descobrir, aparentemente desperdiçado por condutas menos próprias. contudo, é necessário perceber que cada um tem o direito de conduzir a sua vida como entende (livre arbítrio), e de certo modo, foi o percurso que tiveram que determinou o seu sucesso e que os imortalizou. ao invés de recordarem os concertos surreais e todas as histórias mirabolantes, lembrem-se da voz única de uma jovem com uma visão singular, sim, emocionalmente instável, mas acima de tudo humana.

  
   

{random poetry #12}

   

"Minha força está na solidão
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, 
pois eu também sou o escuro da noite."
    
     

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[Há Momentos]
  
Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.



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"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."

     

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"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
(...)
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre
."
     

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{Clarice Lispector  (1920 - 1977)}

[nihilum]


     


"Nihilism is best done by professionals."
[Iggy Pop]


Definition of Nothing 

[Nothing]


Not anything; no thing (in the widest sense of the word thing); -- opposed to anything and something.
Nonexistence; nonentity; absence of being; nihility; nothingness.  
A thing of no account, value, or note; something irrelevant and impertinent; something of comparative unimportance; utter insignificance; a trifle.  
A cipher; naught. 
In no degree; not at all; in no wise.


"There is no other world. 
Nor even this one. 
What, then, is there? 
The inner smile provoked in us by the patent nonexistence of both."
{Cioran}

   

{random poetry #11}


 "The words loved me and 
I loved them in return."
[Sonia Sanchez]

  
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 [Curriculum Vitae]
    
The future shrinks
Whether the past
Is well or badly spent.

We shape our lives
Athough their forms
Are never what we meant.

[Dana Gioia]


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[Elegy for Jane Kenyon]


Jane is big
with death, Don
sad and kind - Jane
though she's dying
is full of mind


We talk about the table
the little walnut one
how it's like
Emily Dickinsons's


But Don says No
Dickinson's
was made of iron. No
said Jane
Of Flesh.


[Jean Valentine 1934]

travian e as comunidades virtuais

 (fraquinho....) 

Massive Multiplayer Online Games e o desenvolvimento de comunidades virtuais
(estudo de caso Travian)
   

“O homem só joga quando, na plena acepção dessa palavra, ele é homem, e ele não é completamente homem senão quando joga”. 
Schiller
   

MMORPG; MMOG; Comunidades virtuais; Jogos on-line; Travian

  
Actualmente, temos inúmeras redes e comunidades virtuais que têm dinâmicas próprias, regidas por mecanismos e normas estabelecidas internamente pelos desenvolvedores e por quem as compõe e nelas participa. 
  
Ao invés de agregações motivadas por condicionamentos geográficos, nos dias de hoje, encontramos agregações que se baseiam essencialmente na partilha de interesses e afinidades culturais, tal como aponta Rheingold (2004). Nesta agregação determinada por interesses encontramos a génese da formação dos jogos on-line. Estes não se limitam a agregar jogadores, vão mais além construindo verdadeiras comunidades, mais ou menos complexas dependendo também da complexidade associada ao tipo de jogo. 
    
Nos MMORPG (Massively ou Massive Multiplayer On-line Role-Playing Game ou Multi Massive Online Role-Playing Game), por definição, o jogador interpreta uma personagem que se encontra embebida num mundo virtual composto por múltiplos jogadores. Ou seja, o jogador desempenha um determinado papel criando avatares que, de certa forma, transmitem o seu posicionamento individual perante o jogo, com uma personalidade e aspecto definidos, através do qual exploram e constroem o mundo que os rodeia. Paralelamente ao que encontramos no mundo real, as personagens tendem a aproximar-se dos seus pares. O facto de nunca se puderem vir a encontrar face a face é irrelevante, mas na maioria dos casos, as relações extravasam os meios comunicacionais disponibilizados pela plataforma do jogo e a troca de ideias e mensagens acontece através de outras ferramentas ou redes sociais diversas à disposição do utilizador no ambiente web.
      
Na verdade, as comunidades de jogadores precedem o advento da Internet mas serviram como referência para os modelos adoptados na rede. Para Murray (2003), é nos RPG's (Role-Playing Games) que a agregação social é mais visível, com por exemplo o jogo (Dungeons and Dragons – D&D) que evoluiu entre a década de 70 a 90. Este jogo combinava grupos de diferentes idades mais ou menos organizados, desde a camada estudantil até jovens profissionais. A dinâmica do jogo centrava-se essencialmente na aventura gráfica propriamente dita, apesar de alguma complexidade presente em mapas e estatísticas.

O RPGs de mesa, rapidamente foram transpostos para o mundo virtual. Esta virtualização permitiu a interacção de jogadores dispersos geograficamente que partilhavam através da Internet, em tempo real as suas ideias e estratégias de jogo, criando desta forma os primeiros MUDS (Multi-user dungeon, dimension/domain). 

De facto, os ambientes multi-utilizador têm vindo a ficar muito populares em inúmeras áreas, tal como, os ambientes MMORPG (Massively Online Role Playing Games), como, por exemplo, o World of WarCraft ou o o Travian. O número de jogadores que envolve este tipo de ambientes é surpreendente que se dedicam ao jogo e partilham mundos virtuais através de um avatar interagindo livremente com os objectos e outros participantes.

Seria de esperar que este tipo de jogo fosse para os seus participantes motivo de alienação e isolamento social, todavia este estereótipo é totalmente errado, ao invés, os MMORPGs e os MMOGs têm um potencial socializador muito grande. 

   

***************

 

Os ambientes multi-utilizador têm-se tornado cada vez mais populares. O número pode ir desde às centenas até aos milhões de participantes.

Cada utilizador é representado por um avatar e pode interagir com outros avatares e objectos virtuais livremente, sendo necessário estabelecer canais de comunicação com o objecto em questão.
Na criação destes canais é necessário ter em conta diversos factores, nomeadamente, informação a ser transmitida, largura de banda, tipologia de rede, normas e regras de comunicação, segurança de dados, etc... Algo que só uma equipa multidisciplinar, especializada, qualificada e muito organizada poderá responder.

De facto, o desenvolvimento de software evoluiu bastante nos últimos anos, tendo a distribuição digital catapultado o número de pessoas que mais facilmente poderiam aceder ao jogo. De acordo com Keil e Carmel (1995) e Sawye (2000) o desenvolvimento de software com capacidade de portabilidade é muito diferente do tradicional desenvolvimento para um determinado sistema operativo, sendo mais fácil obter dados relativamente à partilha e satisfação bem como do retorno de investimento.

O utilizador toma um papel mais activo e estreita as barreiras e distâncias entre desenvolvedores e consumidores através de fóruns online, mensagens via email, sistemas de report de erros, tracking das actividades do jogador, etc. Holmstrom (2004) no seu estudo de desenvolvimento de jogos aponta que o facto de se envolver o consumidor leva ao que a autora denomina por "community use model", ou seja, o processo de construção de conhecimento através das comunidades. Em suma, o conhecimento é construído pelos utilizadores e usado pelo desenvolvedores com vista a melhorar o sistema.

As pesquisa de Jeppesen e Frederiksen (2004) centram-se nas motivações dos utilizadores para contribuírem para a melhoria e inovação do sistema. Uma das suas conclusões foi que as mesmas provinham de jogadores líderes ou seniores, que com maiores conhecimentos da dinâmica de jogo que teriam uma visão mais qualificada e interessante das melhorias a fazer.

No trabalho de Peter Svensson (2008), Community Knowledge in massive multiplayer online Games, são estudados vários jogos. Uma das suas conclusões é que, de facto, existe um esforço claro e contínuo dos desenvolvedores incluírem os jogadores no processo de desenvolvimento e melhoria do jogo. Entre os vários jogos o autor denotou muitas parecenças ao nível da organização e disponibilidade da informação. Na verdade, e tal como refere Holmstrom (2004) o conhecimento de uma comunidade virtual é um processo cíclico. Ao observar as actividades dos jogadores é visível que muita da partilha e construção de conhecimento é feito maioritariamente em fóruns, onde os jogadores discutem os diversos aspectos da jogabilidade. Uma vez que os fóruns são moderados pelos programadores rapidamente a informação de maior relevância é aproveitada e integrada fazendo do processo de desenvolvimento algo verdadeiramente iterativo. Assim, são comuns as actualizações regulares e as frequentes releases das aplicações.

Talvez uma das maiores motivações para a adesão aos MMORPGs é o facto dos jogadores terem a sensação de pretensa a uma comunidade. Todavia, também o facto do jogador poder ser independente de outros jogadores também motivou o desenvolvimento dos jogos online. Esta mescla aparentemente contraditória influenciou em muito toda a vaga de jogos baseados no browser, como se pode verificar numa afirmação de um dos sujeitos do estudo:
  
"The community is what keeps me playing, though. If not for that, I would probably have quit now."

 

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Estudo de caso: travian

 

Como já foi defino nos tópicos anteriores os MMOG são jogos que podem ser jogados através de uma ligação à internet, não necessitando de qualquer instalação prévia, apenas um browser. Neste tipo de jogo enquadra-se o Travian. É um jogo de estratégia medieval no qual milhares de jogadores competem entre si.

O Travian foi desenvolvido por Gerhard Muller em 2004, que não tinha a noção do tipo de desenvolvimento que viria a ter, a verdade é que um ano depois, foi criada a Travian Game GBR. Rapidamente o jogo espalhou-se por mais 51 países com diversos desenvolvedores, colaboradores e 5,2 milhões de jogadores. 
O Travian é gratuito existindo apenas a possibilidade de compra de alguns bónus e extras como ouro.

 

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O Jogo

 

No Travian,  o jogador começa com uma aldeia, localizada num mapa com fronteiras definidas, divididas em quatro quadrantes (N, S, E, O). 
 
O jogador tem que desenvolver recursos naturais e sociais bem como todos os sistemas de defesa e ataque de modo a evoluir, criar ou conquistar novas aldeias e manter a sua segurança. No início do jogo existem três tribos: Romanos, Teutões e Gauleses. Cada jogador tem um nome identificador único. Os recursos são madeira, barro, ferro e cereais que podem ser produzidos internamente ou saqueados a aldeias vizinhas através de ataques, por um exército composto por diferentes tropas de acordo com a tribo do jogador.

É um jogo essencialmente estratégico no qual existe a possibilidade de criar alianças que funcionam como comunidades virtuais e que são vitais para a sobrevivência do jogador. Cada aliança segue uma organização própria composta por vários cargos e regidas pelas suas leis, podendo se verificar grupos de alianças. Existe um ranking tanto para as alianças como para os jogadores, no qual conta o número de habitantes, número de ataques e defesas bem sucessivas, actividade dos jogadores, etc. 

O objectivo de jogo é ficar com a Maravilha do Mundo, para tal, é necessário conquistar uma das aldeias Natar que surgem aliatoriamente pelo mapa perto do final do jogo, após a sua conquista é necessário desenvolve-la até ao nível 100 e defende-la contra todos os inimigos. É nesta fase, que de facto é visível a organização entre os jogadores e as alianças, uma vez que o número de ataques e a dificuldade de evolução é muito grande.
 
Para gerir convenientemente uma aliança é necessário ter um registo cuidado das actividades de cada jogador e das alianças inimigas, recolher e documentar o maior número possível de dados, posicionamento dos jogadores, actividade, inactividade, participação, etc. Aos dados quantitativos adicionam-se os dados qualitativos e sociais como a fidelização à aliança, gestão de conflitos, lutas e parcerias com outras alianças e subdivisão das mesmas.

Desta forma, a análise do jogo engloba um conjunto de várias premissas: as sociais, técnicas, económicas e lúdicas.

Quem conceptualiza um jogo deste tipo terá de ter em conta cada um dos domínios referidos anteriormente. As regras, os desafios, os obstáculos, a competitividade, a ludicidade, todos fazem parte do jogo, e tal como Oliveira (2008) aponta, também "o significado da luta por alguma coisa, pela riqueza, pela vida ou pela felicidade". O mesmo autor, refere também que o jogo na era da tecnologia permite o desenvolvimento das destrezas físicas e mentais, coordenação visual e motora, habilidades estratégicas, bem como de socialização. O jogo deixa então de estar confinado a um espaço, estrato social ou a um tempo específico.
   
O sucesso do Travian em Portugal é inegável, bem como o tempo despendido pelos jogadores o que levanta questões ao nível da constituíção das comunidades virtuais e da importância das mesmas como motivo para essa mesma aderência e sucesso do jogo.
  
Na verdade, existe uma simbiose entre as comunidades virtuais e as físicas que se transmite na exposição do jogador perante os outros. Mas que nível de informações pessoais são passadas num decorrer de um jogo e que tipo de relações humanas advêm dessa mesma interacção?
    
A génese dos MMOG consiste mesmo em permitir a interacção entre pessoas que criam comunidades com identidades e dinâmicas próprias. Uma aliança é um grupo e neste grupo são definidos todo um conjunto de valores, objectivos e estratégias que são apenas acessíveis aos membros do grupo. É de notar que o jogo tem no mínino a duração de um ano, durante o qual são partilhados muitos aspectos positivos e negativos entre jogadores e grupos de jogadores.

A constituição de alianças promove o relacionamento que não fica confinado ao espaço e ferramentas disponibilizadas pelo jogo. Na verdade, os jogadores tendencialmente procuram novos ambientes sociais, que se ramificam em fóruns, ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona, sites e redes sociais bem conhecidas como o Hi5, IRC, Facebook, blogs, etc.
   
No estudo feito por Pedro Miguel Barreiros e Sergio Terreiro de Magalhães da Universidade Católica sobre o tema concluíram que 80% dos jogadores são do sexo masculino, mas é crescente a adesão de jogadores do sexo feminino; 67% têm entre 19 e 35 anos de idade; 69% compra ouro (bónus); 21% participa em jantares promovidos pelas alianças; 16% comunica por telefone ou sms e 37% afirma ter a necessidade de contacto físico com outros jogadores. Relativamente ao tempo de jogo, 25% dos jogadores dedica mais de 5h por dia e 90% joga diariamente. Tal facto, deve-se essencialmente ao cumprimento de responsabilidades enquanto membros da aliança, ataques, defesas, e para o jogador não entrar em estado de inactividade.
    

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Travian como potenciador da criação de redes sociais online

   
"As motivações das pessoas que integram as comunidades virtuais passam pela procura de informação muito diversa e pela vontade de comunicar, via Internet, com pessoas que já conhecem fora da rede, ou com pessoas que ainda não conhecem e com as quais procuram estabelecer relações da mais diversa índole". (Marcelo, 2005).

Bobany (2008) afirma que "a característica comum é a ênfase entre jogadores e a competição". Desta forma, o jogadores partilham o mesmo espaço que o afecta, mas eles também afectam todo o ambiente circundante. Partilham situações similares e verossímeis às da vida em sociedade, uma vez que as regras estabelecidas durante o jogo são essenciais para garantir a evolução dos mundos virtuais, a base destes jogos, como o Travian é a evolução das estruturas e das relações.
               
               "Um mundo virtual pode simular fielmente o mundo real. Pode permitir ao explorador que construa uma imagem virtual muito diferente de sua aparência física quotidiana. Pode simular ambientes físicos imaginários ou hipotéticos, submetidos a leis diferentes daquelas que governam o mundo comum. Pode, finalmente, simular espaços não-físicos, do tipo simbólico ou cartográfico, que permitam a comunicação por meio de um universo de signos compartilhados."
(Lévy, 2001);
   
Indubitavelmente o Travian com a sua mecânica e dinamismo de jogo é um enorme potenciador de criação de redes e comunidades virtuais. Proporcionando a imersão e a navegação por proximidade tal como Lévy (2001) refere, ou seja, ao interagirem com o mundo virtual os jogadores simultaneamente o exploram e actualizam, enriquecendo-o e tornando num mecanismo de criação de uma inteligência colectiva. No Travian é visível como os jogadores se organizam, criando as suas estratégias e narrativas, organizam as comunidades, estabelecem laços e relacionamentos que ficam confinados ao ambiente do jogo ou passam para a vida real. Existe uma nítida entre-ajuda, entre jogadores com objectivos comuns que são espelho da necessidade de socialização dentro do ciberespaço.

     

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“Os MMOGs interferem cada vez mais na vida real dos jogadores, mostrando-se como espaço para comunicação, disseminação de cultura e de socialização”
(Azevedo, 2009)
 

Os MMOGs têm cada vez mais um papel fundamental na vida real dos jogadores, os mesmo dispersos geograficamente tendem a socializar-se e a criar comunidades as quais são definidas pelas características dos seus membros, que trazem para dentro das mesmas os seus conhecimentos e realizam novas formas de aprendizagem através da troca de experiências promovida pela grande interactividade existente nas plataformas e na web em si.
   
Os jogadores influenciam e são influenciados pelo jogo, Bobany (2008) alerta para o facto dos jogadores tendencialmente adoptarem ou ajustarem os seu estilos de vida em conformidade com os jogos, que não os isolam socialmente mas limitam a sua socialização e interacções sociais aos ambientes virtuais delimitados pelo jogo.
   
O Travian é um exemplo de sucesso por excelência de como um jogo online pode agregar diferentes jogadores dipersos geograficamente, que formam comunidades altamente organizadas com vista a cumprir um determinado objectivo.


References

 

Game design as marketing: How game mechanics create demand for virtual goods, Juho Hamari, Vili Lehdonvirta;

Community vs. Soloplaying in Multiplayer Internetgames; Nicholas David Bowman, Daniel Schultheiss, Christina Schumann

Community knowledge in Massively Multiplayer Online games; Peter Svensson

Multipoint-to-multipoint network communication; Philip Kilby, Desmond Lun, Giang Nguyen

A exposição e interacção pessoal nas comunidades de jogos on-line (MMOG) em Portugal; Pedro Miguel Barreiros, Sérgio Tenreiro de Magalhães



 UA | MCMM | NJI | 10/11


{random poetry #10}

   

" Learn from your dreams what you lack.

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[Stop all the clocks, cut off the telephone]

 note: noelia's favorite 

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.

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"A real book is not one that we read, but one that reads us."


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[W.H.Auden]

   

   

{Florbela}

 
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade? sei lá de quê!
 
"Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isto que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive..."
  
"Lembra-te que o tempo tudo consome. E se assim não fosse, o que seria a nossa vida!? Um ermo cemitério em que cada cruz representaria um morto sempre vivo! Completamente impossível! Se o tempo consome o corpo dos que morrem, como não consumir a lembrança deles? E se assim não fosse, que vida seria a nossa!? Deus, dando-nos a dor, deu-nos também o esquecimento..."
 
"Eu julgo que a mulher verdadeiramente digna é aquela a quem repugna uma traição, seja ela de que natureza for."

"Sou bem diferente, sou, das outras mulheres todas. Eu quero antes os meus defeitos que as virtudes de todas as outras."
 
“… e não haver gestos novos nem palavras novas.”
 

{FLORBELA de Alma da Conceição ESPANCA (1894 – 1930)}
 

"Personalidade excepcional, de profunda riqueza interior, fez poesia da sua experiência de mulher, com superior consciência artística – poesia generosa, convulsa e ardente, em que toda a gama do amor se desdobra, da exaltação dos sentidos ao apetite de sacrifício, aos momentos de plenitude e de beatitude aos extremos de ternura  e aos de desencanto e sofrimento, ao ressaibo amargoso das análises lúcidas, à consciência da solidão na união, da dolorosa, inelutável alteridade.
Através de estados excessivos de transporte e de aniquilamento, numa vibração prodigiosa, que raros poetas atingem, mesmo numa lírica caracterizadamente emocional como a nossa, Florbela Espanca reflecte uma fundamental insatisfação ânsia de absoluto, de infinito."
 
In: J. Prado Coelho - Dicionário de Literatura - Figueirinhas – 1978

  

[not ladylike]


"regrets are for pussies.
shit happens, deal with it."


sim tenho plena consciência que (por mérito próprio) tenho a vida virada do lado do avesso. sei que vou ter um ano ainda mais difícil do que aquele que passou. os obstáculos vão ser mais, as dificuldades maiores, as adversidades incontáveis. sim, fiz asneiras, várias vezes e de várias maneiras, mas pelo menos aprendi a lição, ou melhor, as lições... não me arrependo, não tenho vergonha e vou me deitar tranquila para de manha acordar preparada para o pior.


note: work stuff...
"I Just Can't Believe All The Things People Say
Why Must I Deal With This Shit.....
Every Fuckin Day?"

{random poetry #9}


   
"Since I was a small child I've felt that little inamimate things were very wise, that they had their own kind of wisdom, something to teach me if I would only pay the right kind of attention to them...
I don't look at anything as being insignificant. I think that's another overlooked gift of poetry. Many times people image that poets wait for splendid experience to overtake them, but I thing the tiniest moments are the most splendid."
{Naomi Shibad Nye}


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[Now let no charitable hope]

Now let no charitable hope
Confuse my mind with images
Of eagle and antelope:
I am in nature none of these.

I was, being human, born alone;
I am, being woman; hard beset;
I live by squeezing from a stone
The little nourishment I get.

I masks outrageous and austere
The years go by in single file;
But none has merited my fear,
And none has quite escape my smile.
{Elinor wylie (1885-1928)}


  

{estupidificar}


"i see stupid people...
... they're everywhere...
... they walk around like everyone else..."

estupidificar pela capital leva-nos a ver que o mundo está repleto de pessoas completamente estúpidas, disfarçadamente estúpidas e irremediavelmente estúpidas.  que existem os mais variados estados e graus de estupidez, dependendo da rapidez de diagnóstico e tratamento da virose.
estupidifico frequentemente (independentemente da localização geográfica ou hora do dia), aprecio o ridículo e o non-sense.
esta gosma de estupidez mesclada com alguma idiotice e sarcasmo, culminam em textos sem sentido nenhum, com imensas gafes e erros ortográficos e de inspiração aleatória.
desta forma, a todos aqueles que têm o azar de se deparar com este tipo de leitura, que o façam com distanciamento e criticismo... não existem mensagens subliminares, conteúdos codificados ou matéria de interesse relevante ou diferente.
aqui apenas existe um percurso feito em palavras, de pensamentos caóticos que não podem ficar suprimidos, risos e lamentos da existência em si, que mais não querem do que ficar registados.

“everyone has a right to be stupid; some people just abuse the privilege.”

{random poetry #8}


    


Ah, os primeiros minutos nos cafés de novas cidades!
A chegada pela manhã a cais ou a gares
Cheios de um silêncio repousado e claro!
Os primeiros passantes nas ruas das cidades a que se chega
E o som especial que o correr das horas tem nas viagens...

Ah, the frist minutes in cafés of new cities!
The early morning arrivals at docks or at stations
Full of a tranquil and luminous silence!
The frist pedestrian on streets of a just-reached city
And the special sound of time's passing when we travel....

Ah, les primières minutes dans les cafés de nouvelles villes!
L'arrivée de bon matin à des quais ou des gares
Pleines d'un silence clair et reposé!
Les premieres passants dans les rues des villes où l'on vient d'arriver
Et le bruit spécial que fait le flux des heures pendant les voyages...

Álvaro de Campos | Fernando Pessoa

(from my notebook cover)

    

{i think i remember you... didn't we used to be friends?!}

    

“Friends are those rare people who ask how we are and then wait to hear the answer.”

os verdadeiros amigos não têm necessariamente que nos acompanhar sempre e estarem presentes em todos os momentos, mas a verdade, é que vão sendo mais ou menos constantes no nosso percurso. nada mais vil que matar uma amizade por orgulho, por egoísmo, inflexibilidade, preguiça, desdém ou medo.
devemos aos amigos a construção de parte da nossa identidade, daquilo que nos torna únicos, por isso, é necessário estima-los, trata-los bem.
cuidar das amizades, de quem amamos e de nós próprios.
a amizade vai além dos laços de sangue ou sociais, uma vez que se estes não assentarem numa verdadeira amizade ficam por isso mesmo, relações de consanguinidade, convencionais ou contratuais.
os amigos ajudam-nos a passar os maus momentos, equilibram-nos quando estamos desorientados, perdem a cabeça connosco nos momentos que fazem da vida algo diferente e tão saborosa.... tornam os bons momentos ainda melhores e os piores em aprendizagens.
por isso, é triste quando alguém que conhecemos tão bem, a pessoa que nos lê o pensamento e que facilmente completa uma frase começada por nós, transformar-se num estranho, numa memória pouco nítida e de contorno indefinido.


“The most beautiful discovery true friends make is that they can grow separately without growing apart.”
 Elisabeth Foley

{random poetry #7}



[i carry your heart with me]

i carry your heart with me
i carry it in my heart

i am never without it
anywhere i go you go, my dear;
and whatever is done
by only me is your doing, my darling

i fear no fate
for you are my fate, my sweet
i want no world
for beautiful you are my world, my true

and it’s you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

here is the deepest secret nobody knows
here is the root of the root
and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;
which grows higher than soul can hope or mind can hide
and this is the wonder that’s keeping the stars apart

i carry your heart
i carry it in my heart

{E. E. Cummings}