{random poetry #24}


Connubial


Because with alarming accuracy
she’d been identifying patterns
I was unaware of—this tic, that
tendency, like the way I’ve mastered
the language of intimacy
in order to conceal how I felt—

I knew I was in danger
of being terribly understood.

[ DUNN, STEPHEN ]

[ não há maior prazer ]



 "but in the end,
as any toothless soul will tell you
it's a dog's life"




"and, diving back into his papers, he reaches out
in an offland way, and touches the picture frame,
almost for luck, mostly for love."



não há maior prazer que tirar um livro da estante e constatar que, em cada virar de página, em cada citação e em cada palavra, tudo encaixa no que vivemos e sentimos, ou no que um dia queremos viver e sentir, ou  que espelha uma outra versão de nós, arquivada pelas mossas. é como abrir com um machado o crânio, deixando solta toda a massa cefálica espessa da qual escorre o pensamento. ficamos presos à história, deixamos as horas fluir nas margens de um rio, de um sitio calmo ou barulhento... pelas manhas, pelas tardes e pelas noites frias, cada vez mais longas, com sonhos cada vez mais curtos. 
não faz mal, o tempo multiplica-se. viver assim é coisa divina.

não há maior prazer que o livro que saiu da estante, vir das mãos de quem não nos conhece mas nos sente, que adivinha quais as páginas, citações e palavras que encaixam no nosso viver e pensamento. é como desventrar com uma catana o abdómen, deixando soltas as vísceras mucosas das quais escorrem os sentimentos. ficamos livres dos tormentos, reorganizamos os segundos, perdemo-nos pelos dias, semanas e meses cada vez mais curtos, cada vez mais efémeros. 
não faz mal, o tempo urge. viver assim é coisa humana.

não há maior prazer que te ler. vaguear nos contos e nas estórias, conhecer e descortinar cada personagem. imergir nos ambientes imagéticos e nas descrições surrealmente verosímeis. é como rasgar com as unhas o peito, deixando solto o coração cavernoso do qual escorre a vida.  o tempo fica suspenso, deixando uma neblina em redor da rotina e dos contratempos, cada vez mais sufocantes e intransigentes.
não faz mal, o tempo é um conceito. viver assim é coisa minha.

note: on behalf of all writers, philosophers, bloggers and thinkers that improved my life and opened my mind

"... almost wishes she hadn't been there.
it's like she only came into his world
to show him how empty it would be
without her"


barlow, toby






[ recalcamento ]


"I tried to drown my sorrows, but the bastards learned how to swim,
and now I am overwhelmed by this decent and good feeling."
Frida Kahlo


nem sempre o recalcamento basta, a lama é volátil, de consistência e fluxos incertos. a mente, essa, é certa nas incertezas do que é certo. sabe o que quer mas atraiçoa-se no que já esqueceu e em sentimentos que já não sente. é invadida quando menos espera. que intrusão, ultraje do que o vento levou e teima em trazer em tempestades inesperadas. medo de falhar, de magoar e de sofrer repetidamente. é o pavor ao medo, que a ansiedade não consegue conter. que a história não se repita, basta de recalcamentos, os pântanos são medonhos, perigosos e sombrios. o coração, esse, é frágil na sua resistente delicadeza. sabe quem quer mas atraiçoa-se por não saber quem está esquecido, daqueles que nunca se irão esquecer.

"I think that little by little I'll be able to solve my problems and survive."
Frida Kahlo, Letter to Nickolas Muray, 12-18-1939  


© Fab Ciraolo – Frida del Rey



da arca



*found at arca

“Progress is possible only if we train ourselves to think about programs 
without thinking of them as pieces of executable code.”
 Edsger Dijkstra

A linguagem orientada a objectos foi criada há já algumas décadas, mas a partir dos anos 90 começou novamente a entrar em voga e a ser adoptada na generalidade pela comunidade de programadores. Algumas linguagens, mudaram inclusive o seu paradigma, introduzindo as patterns de orientação a objectos. 

Porque OOP? 

Porque facilita a leitura e execução do código, permite o encapsulamento de modo a garantir a integridade dos objectos e segurança dos dados; permite também separar a interface da implementação; facilita a manutenção do código bem como a sua extensibilidade e reutilização dos procedimentos; permite lidar facilmente com dependências. Outras vantagens e preocupações das linguagens OOP é tornar o código perceptível, de modo a minimizar a personalização e permitir que qualquer um, desde que tenha os conhecimentos necessários, possa facilmente continuar com o desenvolvimento da aplicação.
As patterns descrevem soluções aceites para problema comuns, são soluções pensadas e aceites como válidas. Claro que uma pattern não é algo concluído, pode ser transformado e melhorado de acordo com as necessidades do nosso problema.



"Sometimes you'll recognize a pattern and realize that it is meant to be broken."
belsky, scott



Singleton: A patterns singleton limita a inatanciação de uma classe a um objecto
MVC: É outra pattern interessante o seu intuito é separar a apresentação da lógica do acesso a dados.


"Life can only be understood backwards, but it must be lived forwards" 
Soren Kierkegaard



[ nada restou ]


* by kubicki




nada restou. 
vazio, suspiro, esquecimento, saudade... raiva. 
nada

limpou-se com amoníaco todos os vestígios.
reciclou-se com minúcia as vontades e as emoções.
reinventou-se com mentira o tempo e os momentos.
recalcou-se com força, na lama e no cimento, as memórias.
queimou-se com ácido e fogo e frio as lembranças.
esquartejou-se com avidez o sentimento. 

nada quis ficar.

nem o link, nem o boato. nem o querer, nem o suposto.
nada ficou.

ficou tampouco a ausência, de quem nunca se precisou. 

não há nada. 
nem mesmo o nós  ou o se... que de amargura, no nada, se quedaram.


*inspiration:

NICOLAS JAAR / Don't break my love EP by Clown & Sunset

{random poetry #23}



We are the music-makers,
And we are the dreamers of dreams,
Wandering by lone sea-breakers,
And sitting by desolate streams;
World-losers and world-forsakers,
On whom the pale moon gleams:
Yet we are the movers and shakers
Of the world for ever, it seems

With wonderful deathless ditties
We build up the world's great cities.
And out of a fabulous story
We fashion art empire's glory:
One man with a dream, at pleasure,
Shall go forth and conquer a crown;
And three with a new song's measure
Can trample in empire down.


We, in the ages lying
In the buried past of the earth.
Built Nineveh with our sighing,
And Babel itself with our mirth;
And o'erthrew them with prophesying
To the old of the new world's worth;
For each age is a dream that is dying,
Or one that is coming to birth.


{ Arthur O'Shaughnessy (1844 – 1881) }


   

[ white heart ]


*by: RUBEN IRELAND

Be black but with a big white heart. Look up. Let go. Stay wise. Move on. Change. Enjoy. Live...

& love... with all your big white heart.


“There is no remedy for love but to love more.”
Henry David Thoreau (1817 — 1862) 

[freeworkflow]


  



por vezes o workflow tem que se libertar, quebrar as correntes e sair do conchego das ilusões neo-contemporâneas. é necessário colocarmos tudo o que temos à prova, apostarmos todas as fichas, arriscarmos e confiarmos no nosso instinto. pensarmos em nós mas com altruísmo, ouvindo cada batida do nosso ritmo, desenhando o contorno da nossa individualidade e limando as arestas do eu, construindo, transformando e reequacionando as nossas virtudes e valências a cada instante, progressivamente, iterativamente, incessantemente. a esta capacidade vicariante, de ajustamento de sentimentos e emoções, de adaptação às piores circunstâncias e sobrevivência aos ambientes hostis e às realidades íngremes  e penosas denominamos por freeworkflow.
todo este processo exige perseverança, exigência e rigor, o trabalho é infindável e o tempo um recurso escasso e precioso. todavia a criação de valor por nós e pelos outros é um bem necessário, do qual advém toda a criatividade, cultura e saber... tudo aquilo que nos define como humanos, os seres que pensam e que sentem, que sentem o que pensam e vice-versa.
o problema persiste: o lobbies e as verdades instituídas prevalecem, tudo parece girar em redor de ideias capitalistas e vontades narcísicas e tiranas. a luta de poder, a corrupção, o tráfico de influências e a manipulação paralisam e molestam quem quer se fazer ouvir e quem quer agir e mudar. todavia, a luta não cessa, as ideias não se podem calar ou prender.  o cansaço e o desanimo, exponencialmente avançam, mas independentemente dos sacrifícios, a liberdade é sempre o caminho.

{ type love }




[ This Type Love 


Shihan

"I want a love like
Me thinking of you
Thinking of me thinking of you type love
Or me telling my friends more than I’ve ever admitted to myself
About how I feel about you type love
Or hating how jealous you are
But loving how much you want me all to yourself type love
Or see how your first name just sound so good next to my last name
And shit I wanted to see how far I could get without calling you
And I barely made it out of my garage

See, I want a love that makes me wait until she falls asleep
And wonder if she’s dreaming about us being in love type love
Or who loves the other more
Or what she’s doing this exact moment
Or slow dancing in the middle of our apartment to the music of our hearts
Closing my eyes and imagining how a love so good
Could hurt so much when she’s not there
And shit I love not knowing where this love is headed type love
And check this, I want to place those little post-it notes
All around the how she she never forgets how much I love her type love
And not have enough ink in my pen to write all there is to love about her type love
And hope I make her feel as good as she makes me feel

And I want to deal with my friends making fun of me
The way I made fun of them when they went through the same kind of love type love
Only difference is, this is one of those real love type loves
And just like in high school
I want to spend hours on the phone not saying shit
And then fall asleep and then wake up with her right next to me
And smell her all up in my covers type love
I want to try counting the ways I love her
And lose count in the middle just so I have to start all over again
And I want to celebrate one of those one month anniversaries
Even though they ain’t really anniversaries
But doing it just ‘cause it make her happy type love
And, check this, I want to fall in love with the melody the phone plays
When none of us dialed into it type love
And talk to you until I lose my breathe
She leaves me breathless
But with the expanding of my lungs I inhale all of her back into me

I want a love that makes me need to change my cell phone calling plan
To something allows me to talk to her longer
‘cause in all honesty, I want to avoid one of them high cell phone bill type loves
And I want a love that makes me regret how small my hands are
I mean the lines on my palms don’t give me enough time
To love you as long as I’d like to type love
And I want a love that makes me st-st-st-st-stutter
Just thinking about how strong this love is type love
And I want a love that makes me want to cut off all my hair
Well, maybe not all of the hair
Maybe like I cut the split ends and trim my moustache
But it would still be a symbol of how strong my love for her

And check this, I kind of feel comfortable now
So I even be fantasizing about walking out on a green light
Just dying to get hit by a car
Just so I could lose my memory
Get transported to some third world country just to get treated
Then somehow meet up again with you so I can fall in love with you
In a different language and see if it still feels the same type love
I want a love that’s as unexplainable as she is
But I’m married, so she’s gonna be the one I share this love with"



{ manifesto for a digital bauhaus }


by De Tomaso


"what is needed in design and use of the most post-modern media and technologies - the information and communication technology - is not a modernist caught in a solidified objectivity in the design of modern objects in steel, glass and concrete, but a comprehensive sensuality in the design of meaningful interactive and virtual stories and environments.

what is needed is not the modern praise of new technology, but a critical and creative aesthetic-technical production orientation that unites modern information and communication technology with design, art, culture and society, and the same time places the development of the new mediating technologies in their real every day context of changes on lifestyle, work and leisure.

what is needed is the development of the aesthetics of the information and communication technology society in a scandinavian design that unites a democratic perspective emphasizing open dialogue and active user participation, with the development of edifying cultural experiences and the production of useful, interesting, functional and maybe even beautiful and amusing every day things for ordinary people.

what is needed is humanistic and user-oriented education and research that will develop both a critical stance to information and communication technology, and at the same time competence to design, compose, and tell stories using the new mediating technologies"

[ in manifesto for a digital bauhaus, Ehn 1998 ]

{random poetry #22}


   
   
[ You Reading This, Be Ready ]

Starting here, what do you want to remember?
How sunlight creeps along a shining floor?
What scent of old wood hovers, what softened
sound from outside fills the air?

Will you ever bring a better gift for the world
than the breathing respect that you carry
wherever you go right now? Are you waiting
for time to show you some better thoughts?

When you turn around, starting here, lift this
new glimpse that you found; carry into evening
all that you want from this day. This interval you spent
reading or hearing this, keep it for life -

What can anyone give you greater than now,
starting here, right in this room, when you turn around?


William Stafford

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[ Nothing ]


Nothing that is worth doing can be achieved in our lifetime;
therefore, we must be saved by hope.
Nothing which is true or beautiful or good makes complete sense
in any immediate context of history;
therefore, we must be saved by faith.
Nothing we do, however virtuous, can be accomplished alone;
therefore we are saved by love.

Reinhold Niebuhr


bu




"The last man on earth sat alone in a room. There was a knock on the door."
 

 

[aichaku]


aichaku

愛着

attachment, covetous affection, love

descreve o vinculo emocional mais profundo que pode sentir uma pessoa por um objecto e que não se confine ao materialismo numa perspectiva depreciativa que se impõe nos dias de hoje.





[ a morte não é nada ]

   
  
"quero é que morras..."... e de certa forma morreu, não como se quis ou desejou... morreu o necessário para poder viver.


{a morte não é nada para nós}

"Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exacto do facto de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma ideia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no facto de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la.
Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais.

Não há morte, então, nem para os vivos nem para os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros não existem mais. Mas o vulgo, ou a teme como o pior dos males, ou a deseja como termo para os males da vida. O sábio não teme a morte, a vida não lhe é nenhum fardo, nem ele crê que seja um mal não mais existir. Assim como não é a abundância dos manjares, mas a sua qualidade, que nos delicia, assim também não é a longa duração da vida, mas seu encanto, que nos apraz. Quanto aos que aconselham os jovens a viverem bem, e os velhos a bem morrerem, são uns ingénuos, não apenas porque a vida tem encanto mesmo para os velhos, como porque o cuidado de viver bem e o de bem morrer constituem um único e mesmo cuidado."

[ Epicuro, in "A Conduta na Vida"  ]



mudo, mudando. sem pressas ou pressões.