[maria, princesa]


{maria}


Tal como uma adolescente,
Retrógrada, ultrapassada,
Prisioneira, carente,
Sentiste-te renovada...
Tantas flores e beijos,
Carinhos, mensagens, desejos,
Tantas promessas sem tino,
Caíram num poço bem fundo
Transformando teu ser, teu mundo,
Traçando um novo destino.

Mentiras, atrás de mentiras,
Regadas com fantasia,



Como acreditaste Maria?!...


Mentiras, atrás de mentiras
Tua mente pura, infantil,
Fez-te sentir princesa,
Nesse castelo vil,
Onde só reina a fraqueza...

Com pontapés e sopapos,
Ultrajado o teu ser...
Juraste não mais creres,
Nesses outros sem carácter.
Então, erguendo a cabeça,
Saíste desses buracos
Sorriste de prazer...
Maria, voltaste a ser!


[autora: Maria Antonieta Oliveira]


nota: a maior parte das vezes não são os outros que nos mentem. somos nós que mentimos a nós próprios e acreditamos em coisas que não existem. fantasiamos e iludimos a nossa mente e não é uma problemática que se resume apenas ao amor. em todos os aspectos da nossa vida (familiar, profissional, social) esperamos mais do que aquilo que é possível obter. acreditamos em utopias e verdades idílicas, criamos castelos, somos naïve, n00bs. e por isso caímos em buracos escavados pela alma. é preciso força para sair dos mesmos, rirmos-nos do absurdo e da estupidez e nesse momento sim, voltamos a SER.