"When you're standing on the cross-roads
That you cannot comprehend
Just remember that death is not the end"
[nick cave]
That you cannot comprehend
Just remember that death is not the end"
[nick cave]
“People disappear when they die. Their voice, their laughter, the warmth of their breath. Their flesh. Eventually their bones. All living memory of them ceases. This is both dreadful and natural. Yet for some there is an exception to this annihilation. For in the books they write they continue to exist. We can rediscover them. Their humor, their tone of voice, their moods. Through the written word they can anger you or make you happy. They can comfort you. They can perplex you. They can alter you. All this, even though they are dead.”
reflectir sobre a morte é reflectir sobre nós próprios. quem somos, para onde vamos, qual é a condição da nossa existência. desta forma, ao longo da história proliferam teorias sobre a origem da morte e qual destino devemos dar à vida. na génese da questão está a perda daquilo que nos liga uns aos outros e ao mundo e como havemos de resolver todas as problemáticas e demandas relacionadas com o tempo de vida.
[Diane Setterfield]
reflectir sobre a morte é reflectir sobre nós próprios. quem somos, para onde vamos, qual é a condição da nossa existência. desta forma, ao longo da história proliferam teorias sobre a origem da morte e qual destino devemos dar à vida. na génese da questão está a perda daquilo que nos liga uns aos outros e ao mundo e como havemos de resolver todas as problemáticas e demandas relacionadas com o tempo de vida.
ao contrário de outras ideologias ou crenças, a morte, afecta-nos a todos, encontramo-la na morte daqueles que amamos, que gostamos, nos famosos, nos vizinhos, conhecidos, estranhos... é algo certo, inevitável e irreversível. contudo, nem sempre temos consciência que ela se abaterá sobre nós também, e quando temos saímos reforçados, com mazelas ou por lá ficamos.
a tecnologia veio levantar todo um conjunto de perguntas existenciais. mais do que nunca o homem questiona-se, duvida e procura saber, reforçando os seus laços e Ser na rede. a forma como o nosso legado é deixado ou não disponível é objecto de estudo e deve de ser considerado individualmente, com o advento das redes sociais, o tema ressurge novamente. em particular com o facebook, uma rede que em 2010 atingiu níveis de adesão nunca antes registados e pela forma como os utilizadores interagem com a própria rede social, já que partilham de forma continua pensamentos, ideias, fotografias e muita informação de cariz pessoal.
os responsáveis por esta rede permitem que o perfil de alguem que tenha falecido seja apagado ou seja mantido. originalmente, o facebook assim que tomava conhecimento da morte do utilizador eliminava a sua página, apagando qualquer registo dessa pessoa, contudo em 2007, após os tiroteios de Virginia Tech amigos e familiares solicitaram ao facebook para deixarem homenagear as vitimas através dos seus perfis.
todavia, o facto de recebermos mensagens de reconect ou vermos posts no perfil de alguém que já partiu poderá facilmente levar-nos às lágrimas, por outro lado, é sabido que "enquando estiver na memória a pessoa está viva", desta maneira, a rede social poderá servir para manter de certa maneira a pessoa que partiu no meio de nós perpetuando a sua existência e mantendo vivas todas as suas contribuíções para o capital social e de conhecimento.
cada vez mais utilizadores têm uma conta em redes sociais. para alguns apenas serve para manter o contacto com familiares ou amigos, outros como forma de ampliar a sua presença na web em termos pessoais ou profissionais. a redes sociais permitem-nos, desta forma, partilhar todo o nosso capital social: pensamentos, estudos, análises, descobertas, ideias, fotografias, vídeos, musica e outros conteúdos, mas o que de facto acontece a tudo isto quando morremos? a verdade é o que partilhamos e como partilhados influência cada vez mais o que vemos e o que fazemos na rede, reflectindo-se também no quotidiano.
a verdade é que todo o repositório de pensamentos e vivências, deve ser preservado, para que o individuo possa ser lembrado por amigos e familiares, e também para que outros possam retirar do seu perfil e contribuições as suas aprendizagens. claro que é necessário ter em conta em como manter a presença online e evitar por exemplo de fenómenos de difamação ou de apropriação de identidade. quem o guarda? quem teria privilégios de gestão?
as redes sociais têm estipuladas algumas regras para o acesso de contas de individuos que já tenham falecido, para tal é necessário entregar toda a documentação e razão pelo qual necessita do acesso. após analizados os dados o acesso é ou não permitido.
cerca de um milhão de utilizadores padeceu no ano de 2010.
o que fazer a todos estes espíritos virtuais?
* a brief history of death, Douglas J.Davies
* a brief history of death, Douglas J.Davies
“You must realize that one day you will die. Until then you are worthless.”
[Chuck Palahniuk]