“I felt like crying but nothing came out.
it was just a sort of sad sickness, sick sad,
when you can't feel any worse.
I think you know it.
I think everybody knows it now and then.
but I think I have known it pretty often,
too often.”
And speaking of shit, constipation has always been greater fear to me than cancer. (We'll get back to Mad Jimmy. Listen, i told you I write this way). If i miss one day without shitting, I can't go anywhere, do anything - I get so desperated when that happens that oftentimes I try to suck my own cock to unclog my system, to get things going again. And if you've tried to suck your own cock then you only know the terrible strain on the backbone, neckbone, every muscle, everything. You stroke the thing up as long as it will get you really double up like some creature on a torture rack, legs way over your head and locked around the bedrungs, your asshole twitching like a dying sparrow in the frost, everything bent together around your great beer belly, all your muscle sheathes ripped to ship, and what hurts is that you don't miss by a foot or two - you miss by an eighth of an inch - the end of the tongue and the tip of your cock that close, but it might be as well an eternity or forty miles. God, or whoever the hell, knew just what He was doing when He put us together.
Bukowski, C. (2008), in Tales of ordinary madness
E, por falar em merda, sempre receei mais a prisão de ventre do que o cancro. (Já voltamos ao Jimmy Chanfrado. Atenção, que eu já tinha dito que escrevia assim.) Se passo um dia sem cagar, não consigo ir a lado nenhum, nem fazer nada – fico tão desesperado quando tal me acontece que muitas vezes tento chupar o meu próprio caralho só para desbloquear o sistema, para pôr as coisas outra vez em movimento. E, se alguma vez tentaram chupar o vosso próprio caralho, saberão com certeza o terrível esforço imposto na espinha, na cervical, em todos os músculos, em tudo. Esgalha-se o menino até ele ficar o mais comprido possível e depois dobramo-nos como um bicho metido num instrumento de tortura, pernas bem acima da cabeça e presas ao espaldar da cama, o olho do cu a tremelicar como um pardal moribundo sob a geada, tudo bem dobradinho em torno da pança de cerveja, as fáscias musculares todas estraçalhadas, e aquilo que nos dói é que não falhamos por trinta ou cinquenta centímetros, falhamos por um terço de centímetro, a ponta da língua e a ponta do caralho muito próximas, embora a coisa possa igualmente demorar uma eternidade ou cinquenta quilómetros. Deus, ou quem quer que tenha sido, sabia o que estava a fazer quando nos concebeu.
Bukowski C. (2013), in Histórias da Loucura Normal