mau feitio        personalidade forte

[ another train ]



*foto by carins

“We’re in deep shit, and we know it. But secretly, we don’t really believe that it can all fall apart. 
There’s a light at the end of the tunnel… 
but it’s another train coming at you.”
[ Slavoj Zizek ]

[ how-to ]


light sleeper, heavy dreamer







to-dos, milestones, deadlines, e um incontável numero de reuniões e briefings de uma panóplia inacreditável de projetos inevitavelmente culminam num cansaço e num estado introspectivo sobre o sentido que estamos a dar à nossa existência. estarei mesmo a ir pelo caminho certo? serão as minhas escolhas (de hoje) as mais correctas para alcançar o caminho que (amanha) pretendo percorrer? saberei de facto que caminho pretendo percorrer? tudo o que nos acontece (seja bom, mau ou assim-assim) é relevante para o nosso sucesso ou insucesso, todavia, se queremos dar o salto e quebrar com as correntes que nos mantêm presos às barreiras que criamos e às que estamos sujeitos, temos que agir rapidamente e mudar de perspectiva em tempo útil. todos o objectivos têm um tempo de vida limitado e estão mais ou menos dependentes e constrangidos a um espaço físico e temporal, são fugazes, efémeros, mutáveis, mortais.
analisa os parceiros e aqueles que admiras, de modo a saber como eles conseguiram vencer, que rumo tomaram, o que os diferencia. conhece o estado da arte e trabalha com afinco.
acredita em ti e nos teus sonhos, reconhece o teu valor e virtudes. é imprescindível que tenhas auto-confiança, perseverança e humildade. pensa em ti. conhece os teus limites e vai para além deles. persistência é a chave.
arrisca, e tranquilamente aceita o risco hoje, não deixes nada para depois. desenvolve hábitos que melhoram a tua vida, sê tu próprio, não te deixes levar por vícios, maus olhados e pelas palavras proferidas levianamente ou com malícia. sê feliz e aceita o desafio.

note: talking to my-self! i'm not good giving advice, but if you want a sarcastic comment....

so... are you going to quit after all you've been through? really?!


[ wanderlust ]



“So therefore I dedicate myself to myself, 
to my art, my sleep, my dreams, my labors, my suffrances, my loneliness, 
my unique madness, my endless absorption and hunger,
because I cannot dedicate myself to any fellow being.”
[ Kerouac, J. ]





preparei a mala logo cedo pela manha, levei apenas o essencial... poucas malas muita bagagem. saí depois do pequeno-almoço tinha uma ideia do destino mas estava um pouco incerta do caminho de deveria tomar. quando se viaja sozinha tem-se uma sensação de liberdade sem igual, despegamo-nos dos confortos da rotina e partimos para o incerto com a adernalina a preparar o corpo para a aventura. tenho um espirito intrépido, gosto do desconhecido, do novo, do diferente. apreciei a paisagem sem pressa, atenta à estrada, às placas, ao transito, às nuvens, ao sol, aos pássaros, às árvores, às casas, aos edifícios e construções.... os atalhos do pensamento tornaram o caminho muito mais curto e rapidamente cheguei onde era suposto estar. acomodei-me, fiz o reconhecimento do local, senti os cheiros e as gentes e deambulei pelas ruas, becos, monumentos, à procura de uma saída e de novas entradas. a noite trouxe consigo um frenesim diferente, outros cheiros, outras gentes. fui arrastada pela multidão, entrei na festa embriegada pela iteratividade das batidas e enfeitiçada pelas vozes sintetizadas. a musica inevitavelmente transporta-nos a uma outra realidade, só por ela acessível. toda a confusão que me rodeava não era menor que aquela que ia na minha cabeça.  tenho constatemente a sensação que escolhi o caminho errado nalgum dos entroncamentos do fado e não sei muito bem como me safar desta existência labirintica. sem pensar demasiado no assunto prossigo, encho os pulmões de fumo e aconchego o estômago com liquido espirituoso, enquando as imagens projectadas se mesclam com frames e flashes mnemónicos das situações mais bizarras. é espantosa a filtragem da memória, que guarda durante anos sentimentos e quando os coloca a descoberto, mostra pormenores que não tinhamos reparado inicialmente. é espantoso também que quando estamos demasiado concentrados naquilo que já passou, não conseguimos ver na totalidade o que acontece no momento. apago o cigarro, encho os pulmões de oxigénio, esvazio o copo numa golada sequiosa, penso apenas no agora, varro o olhar na beleza do incógnito e danço alegrando-me por finalmente ouvir a musica e por estar na melhor das companhias, eu.

“A vida sem a música é simplesmente um erro, uma tarefa cansativa, um exílio” 
[ Nietzsche , F. ]

{random poetry #26}



"Poetry is what gets lost in translation."



[Stopping by Woods on a Snowy Evening]

Whose woods these are I think I know.
His house is in the village though;
He will not see me stopping here
To watch his woods fill up with snow.

My little horse must think it queer
To stop without a farmhouse near
Between the woods and frozen lake
The darkest evening of the year.

He gives his harness bells a shake
To ask if there is some mistake.
The only other sound's the sweep
Of easy wind and downy flake.

The woods are lovely, dark, and deep.
But I have promises to keep,
And miles to go before I sleep,
And miles to go before I sleep.


“A poem begins as a lump in the throat, a sense of wrong, a homesickness, a lovesickness.” 


[The Road Not Taken]

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,


And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.


“Poetry is when an emotion has found its thought and the thought has found words.”


Robert Lee Frost (1874 — 1963)

{ devias mas não podias }


devias ter puxado o gatilho estilhaçando a carne à imagem da alma. devias ter deixado esvair em sangue, quente e espesso como um manto em jeito de caricia. devias ter esfaqueado e esquartejado com precisão e rigor. devias ter dado veneno, ácido ou outra qualquer substância nociva para queimar, corroer e intoxicar. devias ter sufocado e estrangulado até ao ultimo sopro, aquele que guarda o segredo. devias ter feito explodir, dissipar ou aniquilar de modo a não deixar rasto. devias ter desmembrado, enforcado, trucidado ou outra qualquer loucura com sabor a punição que te invade a mente enquanto ouves as conversas cruzadas à espera do café ou observas a rotina dos neo-zombies contemporâneos perdidos nas suas inquietações. devias mas não podias, o amor não se mata, não padece nem mesmo com a morte, perdura eternamente nos vestígios da existência, tangível no toque, visível nas atitudes e no olhar que não se pode esconder, audível nos poemas e no vento, inalado nas flores e no perfume da pele, saboreado no beijo e no vinho com que se brinda a alegria e se afoga a mágoa. devias mas não podias, o amor é uma entidade que vai para além do ser.

to-list for how to-do




Henry Miller's commandments 


  • Work on one thing at a time until finished.
  • Start no more new books, add no more new material to "Black Spring."
  • Don't be nervous. Work calmly, joyously, recklessly on whatever is in hand.
  • Work according to Program and not according to mood. Stop at the appointed time!
  • When you can't create you can work.
  • Cement a little every day, rather than add new fertilizers.
  • Keep human! See people, go places, drink if you feel like it.
  • Don't be a draught-horse! Work with pleasure only.
  • Discard the Program when you feel like it—but go back to it next day. Concentrate. Narrow down. Exclude.
  • Forget the books you want to write. Think only of the book you are writing.
  • Write first and always. Painting, music, friends, cinema, all these come afterwards.



mariejjanne's commandments 


  • work in what you can, be multitasking
  • start a new project if he is better then the old one (but finish the old one)
  • chill out. work, enjoy  life. smoke a joint if it helps
  • work extra hours, don't stop. keep a scheduling but on a agile driven development  model 
  • if you can't create, you are not working, you are a creative being. get use to it
  • no chemicals, just natural stuff
  • keep alive! go to museums, art galleries, go to some parties!
  • love your work, work your love
  • get out of the box, see the problem for another angle. (...and you know sometimes you have to eat, sleep and bath is also great)
  • don't let any idea die, predict how she can adapt in the future!
  • all art is good, threat your head as well as your body. be happy!


❤ bitches


hey, bitch! are you the bitch that told the other bitch that i'm a bitch? guess what, bitch, to know a bitch you have to be a bitch, bitch.
and btw, it's Misses Bitch to you, bitch, show some respect.

 bitches


“I love playing bitches. There's a lot of bitch in every woman - a lot in every man.”
[ Joan Crawford ]


to my dear bitches (friends, companions, warriors)

{random poetry #25}



[ under a certain little star ]

My apologies to chance for calling it necessity. 
My apologies to necessity in case I'm mistaken. 

Don't be angry, happiness, that I take you for my own. 

May the dead forgive me that their memory's but a flicker. 
My apologies to time for the quantity of world overlooked per second. 
My apologies to an old love for treating a new one as the first. 
Forgive me, far-off wars, for carrying my flowers home. 
Forgive me, open wounds, for pricking my finger. 
My apologies for the minuet record, to those calling out from the abyss. 
My apologies to those in train stations for sleeping soundly at five in the morning. 

Pardon me, hounded hope, for laughing sometimes. 

Pardon me, deserts, for not rushing in with a spoonful of water. 
And you, O hawk, the same bird for years in the same cage,  
staring, motionless, always at the same spot, 
absolve me even if you happen to be stuffed. 
My apologies to the tree felled for four table legs. 
My apologies to large questions for small answers. 
Truth, do not pay me too much attention. 
Solemnity, be magnanimous toward me. 
Bear with me, O mystery of being, for pulling threads from your veil. 
Soul, don't blame me that I've got you so seldom. 

My apologies to everything that I can't be everywhere.

My apologies to all for not knowing how to be every man and woman. 
I know that as long as I live nothing can excuse me, since I am my own obstacle
Do not hold it against me, O speech, that I borrow weighty words, and then labor to make them light. 


Wislawa Szymborska
translated by Joanna Trzeciak






ok, but... do you also have a white list?






i hope for nothing, and yet i live in expectation

[ só de mim ]




*source unknown

" 'You'll get over it…' It’s the clichés that cause the trouble. To lose someone you love is to alter your life for ever. You don’t get over it because ‘it' is the person you loved. The pain stops, there are new people, but the gap never loses. How could it? The particularness of someone who mattered enough to grieve over is not made anodyne by death. This hole in my heart is in the shape of you and no-one else can fit it. Why would I want them to? "
[ Jeanette Winterson ]



"I don't know you.
And I don't want to.
But I have something I'd like to say.
I hope you took a five-minute break from playing call of duty today just to tell her how much you love her.
I hope you picked up the least rotten flowers at the gas station that you work at just to surprise her for a change.
I hope that when she pours her heart out to you you're not just nodding your head and saying uhhuh.
I hope that you're everything I couldn't be.
I hope you see that even stumbling she has more grace and elegance than a boy like you could ever hope to comprehend.
I hope you treat her right.
I hope you know that she's always loved it when you bite her bottom lip.
The stupid say a girl is made in her hips but the truth is in her eyes.
I hope you know they're green.
I hope you know that she's not a morning person, drinks her coffee black, speaks art like her first language and took sailing lessons just to see the other two-thirds of the world.
She robbed every bar in the city with just her smile.
I don't claim to be an expert.
But I'd be a fool not to know that she squeezes her toothpaste from the bottom because she's always planning ahead.
She doesn't smoke or drink because she'd rather read in bed.
And I'd give anything if I could just be her man instead.
I hope you know that.
I hope you know that her favorite color is white.
She's captivated by firework light.
And you will nerve have an unnecessary fight because she
She is as patient as a flower in winter.
And when she springs
I hope you're ready.
Because she can set your soul on fire with just a touch.
Now this may be a bit much for you to manage.
But I guess those are the struggles of having the personality of a cabbage.
So let me break it down for you.
I thought I was having a heart attack the day I first saw her.
My heart was as rhythmic as a child banging on pots and pans.
Because she
She is dynamic.
Love at first sight is an understatement.
No, to me
She is all five senses.
Ground and blended, she is more potent than the most copious amounts of caffeine.
She will keep me up for days.
And I spend those nights thinking about how she came into my life, took my hand, drew me close and whispered something in my ear that I'll never forget.
She said
I love you.
I love you for the words you give me the strength to say and
The songs you give me the audacity to play.
I love you for the way you send my heart aflutter.
The way that no other can possibly make me feel because you
You make me want to dance.
And so I took that chance.
I leapt in as uncertain as I was about my dreams.
Only knowing that this
This was real.
So when I tell you that I hope you know what you're doing
I sincerely mean it.
Because I hope you know that if you play with her heart
You'll lose her.
I hope you know
Because I wish
I wish that I had."


http://vimeo.com/33047192

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"Tu não sabes quem eu sou, mas eu sei quem tu és… e só preciso de um minuto da tua atenção.

Quero dizer-te que espero que saibas a sorte que tens. O quanto eu gostaria de estar na tua pele. Poder estar na mesma cama que ela todas as manhãs. Ajudá-la a acordar da má disposição matinal.

Espero que saibas que ela só vai falar contigo depois de lavar os dentes. Não é por mal… é por medo de perder o encanto aos teus olhos. Que a consideres um ser humano comum.
Espero que saibas que ela gosta de aproveitar cada raio de sol, e que o café a deixa mal disposta.

Que escolhe a roupa que vai vestir na noite anterior, só para poder ter mais cinco minutos de sono pela manhã. Que o despertador toca cinquenta vezes até que se levante, e que mesmo assim, consegue chegar a horas.

Quero também que saibas que adora histórias do fantástico. Mas não de terror! Que é capaz de saber o nome de todas as personagens de um livro antigo, mas que não se vai esforçar para decorar à primeira os nomes de todos os teus amigos…
Porque ela… ela é que sabe de si.

Tu nunca serás uma sorte para ela. Sorte é poderes tê-la na tua vida.
Sabes?
Ela não é romântica por natureza, mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar. Porque ela é segura e doce ao mesmo tempo.

Ela não sabe cozinhar, mas vai esforçar-se para fazer o teu prato preferido. E se estiver mau, vai rir-se do falhanço, em vez de corar.

E quando ela ri… eu tenho vontade de chorar. Não de tristeza, mas porque cada gargalhada é uma nota musical que toca ao coração e faz querer dançar.

Espero que pares de fazer o que gostas e que por vezes tenhas tempo para ouvir sobre o seu dia e sobre cada pequena conquista. Que atures os seus devaneios artísticos e o tempo que perde a colorir livros infantis quando quer ter tempo para si.

Quero que saibas que eu gostava de estar desse lado, a aturar o seu mau humor e a vê-lo mudar depois do primeiro copo de vinho.
Queria poder apreciar as suas unhas que estão mais tempo de verniz estalado que de verniz perfeito… mas que cada forma de vermelho tem uma história que ela construiu com as próprias mãos.

Gostava de me ter apaixonado por ela no primeiro dia que a vi, e não no segundo. Porque cada dia com ela é a certeza de que somos amados. Porque ela é sedução e alegria num só. Porque consegue o que quer com o poder do sorriso e a força do olhar. Seria um tolo se não soubesse que tem olhos castanhos e que adora a cor verde.
Quero que saibas que ela é tudo o que quero e nunca soube que tive.

Aprende que a arritmia que sentes com ela é normal! E que a falta dela é um vazio igual à morte.
Espero que sejas tudo o que eu nunca fui.
Espero que a trates bem.
Porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre.
Pudesse eu ter lido o futuro..."

http://vimeo.com/36740863



[ once again connectivism ]



gosto muito do connectivismo, corre-me nas veias, modela-me o pensamento, entranhou-se no meu modo de vida... 
...e dá sempre jeito para mudar o assunto.


Às várias teorias de aprendizagem (behaviorismo, cognitivismos, construtivismo), o advento da web 2.0 veio adicionar mais um paradigma: o connectivismo, defendido por Siemens e que está ainda em processo de definição e aceitação pela comunidade científica, todavia, poderemos afirmar que é uma realidade nas sociedades pós-modernas. Nos últimos vinte anos temos assistido a uma evolução extenuante da produção de cultura e das tecnologias em rede que permitem a exploração de novas dinâmicas de construção de conhecimento, caracterizado por uma maior descentralização, multidisciplinaridade que põe em causa paradigmas tracionais onde as barreiras entre o real e o virtual, o formal e o informal, o privado e o público, o individual e o organizacional, o lazer e o trabalho, a aprendizagem e as competências se atenuaram e se misturam, dando lugar a novas realidades e interpretações dispares do estado das coisas e da condição humana.
O connectivismo encara a aprendizagem como um processo contínuo que consiste na integração e exploração do caos complexo das redes de conhecimento através de uma auto-organização das teorias (Siemens). A capacidade de adaptação às ferramentas, bem como a constante evolução das mesmas, permite segundo o mesmo autor, a evolução do ritmo/flow do conhecimento uma vez que não estão restritos à rigidez hierárquica que por norma as estruturas, os métodos e instituições mais tradicionais impõem. Todavia, esta auto-construção tem inúmeras desvantagens, nomeadamente, o excesso de informação disponível, a veracidade e fiabilidade do conteúdo e a capacidade de organização do mesmo:

“We do not live in active cognition. 
We spend much of our time in containers that we have created. 
Instead of thinking, we are merely sorting and filtering” 
(Siemens)

{ cobardia vs coragem }


"Em que consiste a pior das cobardias? 
Parecer-se cobarde perante os outros e manter a paz? 
Ou ser-se cobarde perante nós próprios e provocar a guerra?"
[Giraudoux , Jean]


seja eu cobarde então, e que a guerra fique só para mim e dentro de mim. tenho habilidade suficiente para ultrapassar o medo, resistência à dor, curiosidade pelo perigo, capacidade de adaptação à mudança e esperança nestes tempos de incerteza.
e levanto-me mais uma vez (e as vezes que forem necessárias). não sucumbo à raiva, tampouco à  inveja. sei que a felicidade às vezes se conquista assim: por nós e pelos outros. vagarosamente, com cuidado, nas pequenas descobertas dos segundos, que fluem demasiado rápido nas correntes do tempo. não é um fim é o caminho.
sem pressa, apenas vontade, dou todo o amor que tenho e recebo muito mais.
não se trata de cobardia, mas sim coragem.

"a única coragem é falarmos na primeira pessoa." 
[Adamov , Arthur]




trouble trouble girl, with a messy messy mind.




"ever tried. ever failed. no matter. try Again. fail again. fail better."
[ Samuel Beckett ]




love conquers all, but if love doesn't do it, try hard work




I love sleep. My life has the tendency to fall apart when I'm awake, you know?
[ Ernest Hemingway ]



- dormir é um desperdício de tempo, é como se tivéssemos mortos ou assim...
- porque é que achas que eu gosto de dormir?



Sleep - the most beautiful experience in life - except drink.
[ W. C. Fields ]

[ Kiss me again, rekiss me and kiss me ]






Kiss me again, rekiss me and kiss me




*by mariejjanne




"Kiss me again, rekiss me and kiss me
Slip your frigid hands beneath my shirt
This useless old fucker with his twinkling cunt
Doesn’t care if he gets hurt"
Green Eyes - The Boatman's Call (1997)



"...because once you've got one scar on your face or your heart, its only a matter of time before someone gives you another - and another - until a day doesn't go by when you aren't being bashed senseless, nor a town that you haven't been run out of, and you get to be such a goddamn mess that finally it doesn't feel right unless you're getting the Christ beaten out of you - amd within a year of that first damming fall, those first down borne fists, your first run out, you wind up with flies buzzing around your eyes, back at the same place, the same town, deader than when you left, bobbiong around in the swill - a dirty deadbeat whore in a roadside ditch. But a little part of you doesn't die. A little part of you lives on. And you make an orphan of that corrupt and contemptible part, dumping it right smack in the laps of the ones who first robbed you of your sweetness, for it is the wicked fruit of their crimes, it is their blood, their sin, it belongs there, this child of blood, this spawn of sin..." 
 And the Ass Saw the Angel 





[ Nick Cave]

{ hoje é o dia }




"The body manifests the stigmata of past experience and also gives rise to desires, failings, and errors… . 
The body is the inscribed surface of ideas… the locus of a dissociated Self… 
and a volume in perpetual disintegration."
[ Michel Foucault ]


um dia...

"um dia vais olhar para trás e tudo vai fazer sentido", disse-me enquanto me estendia um copo de vinho licoroso, com gelo, como eu gosto. sorri tenuemente e acenei a cabeça em concordância, era mentira, ambas sabíamos. às vezes os amigos mentem, suaves e leves mentiras, tal como o vinho que agora saboreava, apenas para adoçar a boca e animar o espírito. por mais que se olhe para trás, o tempo desperdiçado nunca faz sentido, independentemente dos ensinamentos, das lições de moral, dos momentos fugazes... a perda de tempo nunca faz sentido, seja ela de um minuto, um dia, um mês, um ano ou uma vida.
encadeei mais uma porção de frases pré-feitas e clichés vazios, num discurso de esperança bizarro e de crença num futuro que de tão irreconhecível nem sequer poderá ser considerado utopia.
enchi novamente o copo, na esperança de me encontrar quando o mesmo ficasse vazio. há muito tempo que tinha deixado de conviver com esta desconhecida dentro de mim, que ignorei insistentemente, anulada pelo conflito de personalidades fortes e trajetos mal sinalizados. Conheço cada vez melhor esta anónima, que luta para se afirmar, grita perante o perigo e, tal como eu, não se assusta facilmente.
"um dia vou ser feliz", disse em jeito de piada para desviar o tema da conversa. "hoje é o dia", respondeu rindo também, os vírus linguísticos têm sempre a sua graça. partilhamos uma gargalhada deliciosamente ruídosa, era verdade, ambas sabíamos. a felicidade está nos pequenos momentos e nas pessoas que nos conhecem, mesmo quando nos sentimos uma estranha.



"i am my remembering self, and the experiencing self, who does my living, is like a stranger to me."
[ Daniel Kahneman ]


[ nobody listens ]


"history repeats itself, has to, nobody listens"
[ Steve Turner ]


não sei o que me assusta mais, se a estupidez, se a frieza... se a indiferença ou o falso e ridículo sentido de superioridade. humanos encarcerados numa visão egoísta do mundo na qual os problemas do ego sobrepõem-se a qualquer outra instância. interferem sem pensar na vida alheia, com a mesma leviandade com que abrem uma gaveta, remexendo sem cuidado e fechando com força brutesca caso não encontrem o que procuravam (se é que procuravam algo, ou sabiam o que procurar). pilham, roubam, matam. desorientados e sem noção das consequências de uma conduta com cheiro a ditadura e toque de caudilho. vivem a vida numa granulagem fina e ácida, com sabor químico alcalino, cujo o sistema de medida é o calibre e as munições o ódio.
não cabe em mim o prazer que se poderá ter com a humilhação, ou com a desgraça, ou com a tristeza. não compreendo a indolência, a indiferença e a insensibilidade neste corolário de cinismo. a falta de verdade nas atitudes, o medo do confronto de ideias e do entendimento da diferença.
e fico zonza com toda esta agressividade camuflada. a cabeça a latejar das emoções contidas. o corpo cansado dos despropósitos e da falta de carinho. e na boca um sabor a desprezo, sangue, fel e toxicidade misturada numa qualquer bebida.



"Crazy? Once I was crazy. They locked me in a room to die. Die? I don't want to die. 
All the mice will get me. Mice? I hate mice. They drive me crazy. Crazy? Once I was crazy. They locked...."
[ Tom Wright ]


[ se não tiver amor, nada sou ]




"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.

Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.

Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.

O amor é paciente, o amor é prestável,
não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.

Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais passará."

[ 1 Coríntios, 13 ]


{ fucking post for the i don't give a fuck mood }

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{ pounding heart }




“She was breathing deeply, she forgot the cold, the weight of beings, the insane or static life, the long anguish of living or dying. After so many years running from fear, fleeing crazily, uselessly, she was finally coming to a halt. At the same time she seemed to be recovering her roots, and the sap rose anew in her body, which was no longer trembling. Pressing her whole belly against the parapet, leaning toward the wheeling sky, she was only waiting for her pounding heart to settle down, and for the silence to form in her. The last constellations of stars fell in bunches a little lower on the horizon of the desert, and stood motionless. Then, with an unbearable sweetness, the waters of the night began to fill her, submerging the cold, rising gradually to the center of her being, and overflowing wave upon wave to her moaning mouth. A moment later, the whole sky stretched out above her as she lay with her back against the cold earth.”


“He desired her vaguely but without convinction. They walked together. He suddenly realized that she had always been very decent to him. She had accepted him as he was and had spared him a great deal of loneliness. He had been unfair: while his imagination and vanity had given her too much importance, his pride had given her too little. He discovered the cruel paradox by which we always deceive ourselves twice about the people we love -- first to their advantage, then to their disadvantage. Today he understood that she had been genuine with him -- that she had been what she was, and that he owed her a good deal.” 

Albert Camus (1913 - 1960)